Lidando com sentimentos

Muitas vezes, nós, adultos, enchemos a boca para falar sobre como as crianças fazem birra, reclamam, são chatas, difíceis, atrapalham... A gente só esquece de um detalhe: as crianças ainda estão aprendendo a lidar com os sentimentos e com tudo que vem junto com eles. Mas e nós, adultos? Sabemos lidar com nossos sentimentos?

Lidar com sentimentos não é algo que nascemos sabendo, precisamos aprender. A educação emocional é falha na nossa sociedade, são gerações e gerações de pessoas que simplesmente não aprenderam a lidar com sentimentos. Isso não é um demérito pessoal, é uma questão mais ampla e complexa que a nossa realidade individual. Quando pensamos em termos históricos, a própria psicologia enquanto ciência é uma área de estudo muito recente, que data do fim dos anos 1800 e, no Brasil, foi regulamentada como profissão apenas em 1962. Isso demonstra o quanto é recente essa reflexão dentro de nossa sociedade. Porém essa dificuldade é algo que nos afeta pessoalmente, então como lidar?

Na infância, quando você sentia tristeza, ansiedade, raiva... como seus responsáveis lidavam com isso? Como você se sentia nesta relação? A relação que temos hoje com os nossos sentimentos tem tudo a ver com a maneira que aprendemos a lidar com eles na infância. Por exemplo, se aprendemos a ver o que sentimos como algo proibido ou mau, é provável que, quando adultos, bloqueemos estes sentimentos ditos "ruins", nos anestesiando em relação ao nosso sentir nossos e ao do outro. Neste contexto, quando não conseguimos bloquear esses sentimentos, surge a culpa: aquela sensação de "eu não devia me sentir assim, sou uma pessoa má".

É importante lembrar: sentir não é errado, é algo natural. Se um sentimento está vindo, pare e se perceba, tente não se julgar. Há uma razão para aquilo ter vindo e é muito importante aprender a se ouvir para que você possa compreender melhor suas necessidades e desejos.

Quando não estamos acostumados a lidar com nossos sentimentos, soltá-los de uma vez pode ser algo muito difícil. Por isso, é muito importante arranjarmos formas de externalizar essas sensações de maneira saudável. Como você se sente melhor? Escrever, pintar, correr, cantar... São muitas as formas que podemos externalizar nossos sentimentos.

Por fim, lembre-se: Pedir ajuda é válido e necessário. Você não precisa estar só, procure alguém para conversar. Às vezes, é no encontro com o outro que podemos escutar nossos sentimentos e nomear nossos sofrimentos.

Procurar psicoterapia pode ser fundamental neste momento. Para me mandar mensagem acesse o botão contato no topo desta página. Quem sabe uma boa ajuda profissional possa te ajudar nessa jornada?